Na última semana devido a alguns acontecimentos percebi que um assunto muito importante para a pauta de equidade de gêneros, a disparidade salarial, ainda traz muitos questionamentos e posicionamentos equivocados. Sendo assim, decidi escrever e responder a seguinte dúvida de uma vez por todas: Por quê as mulheres recebem menos que os homens?
O primeiro momento na história em que houve considerável absorção da mão-de-obra feminina foi a Revolução Industrial, quando as fábricas contrataram mulheres com o objetivo de reduzir as despesas com salários e discipliná-las ao seu modo.
Em virtude das guerras que ocorreram na primeira metade do século 20, muitas mulheres assumiram as empresas e negócios de suas famílias, além da posição do homem na condução do lar. Isso aconteceu, em grande medida, não apenas durante os anos de conflito, mas também posteriormente, em razão do grande número de mortes e de acidentes que deixavam os homens inaptos para o trabalho.
Sendo assim, a nossa participação no mercado foi feita por uma necessidade do momento e teve como principal premissa dessa participação a redução dos custos operacionais e essa mentalidade repercute até os dias atuais em que as mulheres ainda estão conquistando e validando sua participação no mercado.
Olhando para realidade atual, uma pesquisa realizada pela Catho, em fevereiro de 2021, aponta que mesmo ocupando os mesmos cargos e com as mesmas funções, as mulheres chegam a ganhar até 34% menos que os homens. Em relação aos cargos de liderança, em todos os níveis as mulheres também ganham salários inferiores aos dos homens. Por quê as Mulheres recebem menos que os Homens?
Olhando o infográfico elaborado pela Catho podemos ver a disparidade por cargos e o percentual de mulheres em nessas posições e percebemos que nos níveis de Gerente/ Diretor/ Presidente além de representar apenas 26.7%, a remuneração chega a ser 39% maior para os homens nessas posições.
Muitos podem acreditar que isso acontece porque os homens possuem maior qualificação que as mulheres, porém isso também não é verdade, já que a qualificação feminina hoje já é praticamente igual ou superior à masculina como mostra o infográfico abaixo.
Expandindo os horizontes para um olhar global, segundo o relatório “Global Gender Gap 2021” do Fórum Mundial Econômico, ainda vamos levar 267, 6 anos para receber o mesmo salário que os homens e se olharmos para disparidade salarial geral no mundo a renda média masculina representa 23.3k e a feminina 13.1k, ou seja, quase o dobro. Isso acontece porque existem mais homens em posições com salários mais altos que as mulheres.
Inclusive, essa pesquisa motivou uma campanha feita pelo Burger King essa semana trazendo à tona a temática com o vídeo abaixo:
Eu acredito que o posicionamento das marcas como o Burger King e a ação ativa das empresas construindo políticas internas sobre a pauta é o principal caminho para essa transformação, mas para isso, aceitar que o machismo e os vieses inconscientes são os principais fatores que fazem com essa disparidade exista é parte essencial do caminho, afinal, não podemos resolver um problema sem reconhecê-lo antes.
Por isso fica aqui meu convite para reflexão: Na sua empresa, essa pauta é uma prioridade?
O mês de Março está chegando e muitas empresas ainda pensam em oferecer flores e chocolates para celebrar o mês das mulheres, mas na minha opinião oferecer oportunidades, desenvolvimento e salários justos é a nossa real necessidade e precisamos nos posicionar para mudar o que não podemos mais aceitar.
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Vamos juntos?