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Machismo no mercado de trabalho: E quando vem de uma de nós?

Dias atrás, eu passei por uma situação muito desconfortável de machismo no mercado de trabalho. Em uma reunião muito importante para o destino do Mulheres no Comando, sofri uma situação de machismo em uma sala com mulheres.

Estamos fazendo reuniões com investidores, que normalmente gostam de ir a fundo e fazer perguntas difíceis, e o problema aconteceu quando percebi que uma das mulheres da sala estava claramente desmerecendo nosso trabalho. 

Com frases como “Nossa, mas como você conseguiu esses clientes tão grandes? Foi indicação de alguém?” e muitas outras frases que, no fim da conversa, me deixaram muito chateada e incomodada com toda a situação.

Como reagir a casos de machismo no mercado de trabalho?

Meu primeiro instinto foi atacar de volta cada comentário feito e tirar o Mulheres no Comando da análise do investimento desse grupo. Afinal, não queria o nome da minha empresa vinculado a um fundo que faz fundadoras mulheres se sentirem menores. 

Ainda acredito que é importante se posicionar nesses casos, mas fiquei me questionando sobre porque aquela mulher teve uma postura contra si mesma. Afinal, quando duvidamos da capacidade de outras mulheres, colocamos nossa própria capacidade em jogo. 

Me lembrei então que o machismo é estrutural e muito arraigado na nossa sociedade, nossos vieses inconscientes e crenças profundas muitas vezes nos levam a posturas e falas preconceituosas e que o trabalho de desconstrução é contínuo e para toda vida. E, o machismo no mercado de trabalho, não é diferente.

Sei que muitas de nós já passaram por situações em que o preconceito veio de quem deveria estar ao nosso lado. No entanto, quando me lembro do conceito de sororidade, compreendo que é necessário ter empatia com o momento e as dores de cada uma de nós. 

É muito fácil falar sobre sororidade quando estamos em um grupo de amigas e pessoas que gostamos. Difícil mesmo é praticar quando algo nos machuca, quando a pessoa do outro lado não tem a mesma empatia. 

Porém acredito muito que precisamos ser a mudança que queremos ver. Assim, nada melhor que a honestidade sobre nossos sentimentos nessas situações, para que, ao menos, a pessoa do outro lado possa refletir sobre suas ações. 

Acredito que a sororidade é aquela amiga que nos avisa que temos alface no dente, porque por mais que isso não seja o que queremos ouvir, é para o nosso bem. 

E você, já viveu algum caso de machismo no mercado de trabalho? 

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