A Diversidade e Inclusão (D&I) tem sido um diferencial competitivo para muitas empresas, tanto no marketing, quanto na marca empregadora. Ser uma empresa preocupada com D&I pode trazer vantagens em diferentes esferas e é sobre isso que vamos falar hoje.
Ter uma empresa diversa significa ter um quadro de colaboradores e colaboradoras de diferentes regiões, espaços, cores, credos, gêneros e com vivências sociais contrastantes, todas coabitando em todos os níveis hierárquicos do negócio. Considerando a sociedade brasileira, quanto mais próxima dessa realidade for a fotografia do negócio, mais próxima estará de ser uma empresa diversa.
Por outro lado, para além de aumentar a diversidade da empresa, é importante se preocupar com a inclusão das pessoas, extraindo o melhor de cada uma, reconhecendo e potencializando as habilidades de cada pessoa colaboradora e garantindo oportunidades equânimes.
Para boa parte dos profissionais, a empresa investir ou não em ações de Diversidade e Inclusão pode ser um fator decisivo na hora de trocar de emprego. Além disso, empresas com diversidade étnica e racial têm 35% mais chances de ter rendimentos acima da média do seu setor. Organizações com diversidade de gênero têm 15% mais chances, conforme pesquisa Diversity Wins, realizada pela McKinsey & Company.
Como você pode perceber, investir nas diferenças é mais que uma decisão humana, é também uma questão de estratégia.
Por que falar de diversidade o ano todo?
Negócios mais diversificados atraem melhores talentos, atendem melhor às necessidades dos clientes, têm funcionários mais engajados, além de tomadas de decisão mais ágeis. Tudo isso, cria um ciclo virtuoso para a empresa.
Mas é só falando sobre a diversidade, expondo as fraquezas e qualidades da empresa que é possível considerá-la uma empresa diversa de verdade, afinal, é assim que podemos perceber que a D&I é parte da cultura organizacional da empresa.
Além disso, a temática da Diversidade e Inclusão precisa ser tratada transversalmente, em todos os níveis e setores da companhia. Preferencialmente, constando também nos objetivos e metas de negócio.
Meses do ano e suas pautas
Se a sua empresa se dedica à inclusão, deve estar sempre de olho na agenda dos movimentos e causas sociais. Abaixo estão listadas algumas das pautas mais populares para o desenvolvimento de ações de D&I durante o ano e algumas sugestões de como trabalhar cada temática.
Janeiro da visibilidade trans
O dia 29 de janeiro é o dia da visibilidade trans no Brasil, mas a pauta da transgeneridade se estende pelo mês inteiro. Afinal, não faltam temas para abordar. Para começar uma conscientização e valorização da diferença, você pode realizar algumas ações pequenas ou até investir um pouco mais, caso o cenário do seu negócio peça isso.
Ideias para trabalhar no mês da visibilidade trans
- Contratar pessoas trans para abordar as dificuldades e conquistas do movimento trans;
- Construir um programa de vagas afirmativas para pessoas trans;
- Oferecer programas de desenvolvimento para as pessoas trans da sua organização.
Março é o mês das mulheres
Não é de hoje que março é reconhecido como mês das mulheres, mas a forma de tratar essa data tem mudado muito nos últimos anos. A demonstração através de mensagens clichês e rosas vermelhas para homenagear as mulheres já não colam mais, por isso, novas ideias de valorização das mulheres têm surgido nas empresas mundo afora.
Ideias para trabalhar no mês das mulheres
- Investir em um programa de mentoria para mulheres, incentivando a ocupação de espaços de liderança, por exemplo;
- Disponibilização de um valor para que as mulheres da organização possam investir em algum programa de bem-estar ou em materiais de estudo;
- Criação de um grupo de afinidade para mulheres trocaram experiências.
Abril azul da conscientização sobre o autismo
Um mês dedicado a desmistificar os estereótipos em torno do espectro autista, além de conscientizar sobre a importância do diagnóstico e do tratamento multiprofissional. Investir em momentos que promovam o anti capacitismo também é uma responsabilidade da organização, afinal, precisamos olhar para todas as faces da diversidade.
Ideias para trabalhar no mês de conscientização sobre o autismo
- Criar um manual anti capacitista para compartilhar com os colaboradores;
- Fazer um quiz de verdadeiro ou falso sobre as características do autismo, com o objetivo de desconstruir os estereótipos criados;
- Convidar as pessoas da organização que se enquadram no espectro autista para compartilhar suas experiências.
Junho mês do orgulho LGBTI+
A sigla LGBTI+ está sempre crescendo, atualmente ela representa lésbicas, gays, bissexuais, pessoas transgêneras, travestis e intersexuais, mas já se defende a inclusão também de pansexuais, queers, assexuais e pessoas não binárias. No universo da sexualidade e do gênero, há muito o que ser conversado e desmistificado.
Ideias para trabalhar no mês do orgulho LGBTI+
- Fazer um censo da população LGBTI+ e criar metas de diversidade;
- Promover um cine debate, sugerindo um filme sobre a temática e abrindo espaço para que todo o time discuta sobre a obra;
- Oferecer um workshop de comunicação inclusiva para todos os times da organização;
- Criar um grupo de afinidade para que pessoas LGBTI+ possam compartilhar experiências e ter uma posição ativa na sugestão e acompanhamento das pautas de diversidade na empresa.
Novembro da consciência negra
Para combater o racismo e a desigualdade social no Brasil, é importante colocar a história do povo negro em pauta. Para celebrar pessoas como Zumbi de Palmares ou para reconhecer o valor do povo, da cultura e da luta de pessoas pretas em todo o mundo.
Ideias para trabalhar no mês da consciência negra
- Divulgar com transparência as metas para ascensão de pessoas negras dentro do quadro;
- Criar um documentos com dicas sobre palavras e/ou expressões que devem excluídas do vocabulário;
- Oferecer um programa de desenvolvimento e mentorias para que pessoas negras tenham espaço para atuar no quadro de especialistas e líderes;
- Enviar livros com temáticas antirracistas para todos os colaboradores e promover encontros para que as pessoas possam compartilhar seus aprendizados e experiências.
Conheça nosso calendário da Diversidade e Inclusão
Quer saber mais sobre as temáticas de D&I que afloram durante o ano? Além dos meses citados acima, existem muitas outras datas interessantes que podem ser utilizadas como gancho para discussões importantes dentro da empresa. Por isso, desenvolvemos um calendário especial, com todas as datas comemorativas relacionadas aos direitos humanos e questões sociais.
Ainda não mapeou tudo que vai acontecer esse ano? Baixe o calendário desenvolvido pelo Mulheres no Comando e comece a planejar o seu 2023.
Diversidade e Inclusão para dentro
A Diversidade e Inclusão tem sido cada vez mais utilizadas como uma estratégia de employer branding, mas para além de conquistar o público externo pela diversidade exteriorizada, é importante olhar para dentro e compreender se as pessoas se sentem verdadeiramente seguras, valorizadas e representadas dentro da empresa.
Ações comemorativas e de educação dos colaboradores são sempre bem-vindas, mas o que as mulheres, pessoas negras, PCDs, transgêneras e travestis desejam é ver pessoas como elas sendo representadas em todos os âmbitos do negócio, ocupando espaços de estágio até os C-level.
Olhar para a D&I de janeiro a janeiro significa incluir objetivos e metas nos planos de negócio, se comprometer com uma transformação no mercado de trabalho, olhando com atenção para as questões sociais.
É hora de fugir do tokenismo
Mesmo atrás de boas ações às vezes escondem-se más intenções. Com o avanço da pauta de D&I no mercado de trabalho, as empresas passaram a se sentir obrigadas a se posicionar e publicizar suas irrisórias ações de inclusão. Com isso, surge a diversidade de fachada, também conhecida como tokenismo.
O termo token/tokenismo vem desde o período da luta pelos direitos civis de pessoas negras nos Estados Unidos, entre 1950 e 1960. Recentemente o termo foi atualizado para falar sobre ações que as empresas fazem realizando um esforço superficial ou simbólico para ser inclusivo para membros de minorias.
Nesses casos, as empresas contratam um pequeno grupo de pessoas diversas para dar uma impressão de igualdade, mas não se preocupam com o acolhimento, formação e ascensão dessas pessoas, prejudicando todo mundo.
Se a sua empresa tem dificuldade de desenvolver o potencial das mulheres e outras pessoas diversas internamente, pode contar com o Mulheres no Comando para treinar, mentorar e acompanhar os seus talentos.
Lembre-se que o futuro do trabalho está chegando e ele é colaborativo, ágil e diverso. Transformar um negócio em um exemplo de inclusão não é tarefa fácil, mas promete garantir ótimos frutos.